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Análise do Comportamento e Terapia ABA

A sigla ABA refere-se ao termo em inglês Applied Behavior Analysis e pode ser traduzido para o português como Análise do Comportamento Aplicada. A Análise do Comportamento é uma grande ciência e a ABA é a forma de aplicar essa ciência. Existe mais de 50 anos de estudos acumulados de pesquisas no ensino de repertórios para pessoas e crianças com autismo. Usamos então a ABA na intervenção de indivíduos do espectro usando práticas baseadas em evidência científica. Além disso, realizamos coleta de dados e fazemos “ciência” na medida que conseguimos fazer análises do desempenho do nosso paciente, e modificamos o procedimento até acharmos aquele que ele responde melhor, ou seja, aquele que ele pode aprender com mais facilidade. 

Na ABA trabalhamos com comportamentos que podem ser observados e modificados. Basicamente, trabalhamos com os eventos antecedentes e consequentes do comportamento na modificação dele. No caso de uma criança que morde outra, por exemplo, podemos avaliar: em quais situações isso ocorre, em quais horários, quais crianças são as principais “vítimas”, qual a reação das crianças e dos adultos que estão naquele ambiente, se ela tem acesso a algum brinquedo após a mordida, enfim, uma série de variáveis podem ser avaliadas e algumas modificadas.

A Análise do Comportamento Aplicada ao autismo se popularizou na clínica como Terapia ABA, mas cientificamente, seria mais correto dizer intervenções em ABA (intervenções em Análise do Comportamento Aplicada). Eu, particularmente gosto de usar bastante o Terapia ABA para falar desse tipo de intervenção, até porque esse também é o termo “popularizado” nos Estados Unidos (ABA Therapy) para falar desse tipo de intervenção.

As intervenções em ABA podem ser feita de maneira estruturada ou de maneira naturalística, focando nos comportamentos alvo de intervenção, o que em sua maioria envolve comportamentos ligados à linguagem, socialização, autonomia e redução de comportamentos desafiadores como agressividade. Infelizmente no Brasil, esse tipo de terapia ainda está restrito aos grandes centros, a consultorias as distâncias, e também a um grupo pequeno de profissionais. Apesar de existir um crescente aumento de profissionais trabalhando com ABA, nem sempre eles têm a qualificação e experiência necessária para garantir a qualidade do serviço. Na ABA, todo trabalho é feito de forma individualizada e intensiva (entre 10 a 40 hs semanais de atendimento), o que encarece o custo da terapia.

Publicado em 21.01.16 e revisado em 29.04.24

Luiza Guimarães
Luiza Guimarães

Especialista em Terapia ABA
Doutora em Psicologia - BCBA
Fundadora da @tatear.aba