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Certificação internacional em ABA: Alguns esclarecimentos

O BACB (Behavior Analyst Certification Board) é a instituição americana mais antiga que certifica profissionais como Analistas do Comportamento. Ela surgiu com o intuito de garantir uma formação mínima para se trabalhar, por exemplo, com a Análise do Comportamento Aplicada ao autismo. Hoje ainda é o principal regulador da profissão de analista do comportamento nos Estados Unidos e Canadá. Para ser certificado pelo BACB, os candidatos precisas: (1) Fazer curso aprovado por eles para formação de Analistas do Comportamento, (2) ter horas supervisionadas por profissional mais experiente, e (3) passar em uma prova de múltipla escolha, e (4) manter o estudos e cursos para manter a certificação ao longo dos anos.

De modo geral nos Estados Unidos, existe uma hierarquia promovida pela certificação que vai desde o BCBA-D (profissionais com doutorado), BCBA (profissionais com mestrado), BCaBA (profissionais graduados), até os RBT (profissionais com nível técnico).

No Brasil, houve um período que instituições forneceram curso aprovados por eles para que pudessem ser certificados. No entanto, esse período foi curto, e poucos profissionais foram certificados. Por conta das diferenças culturais, eles optaram por delimitar a abrangência da certificação apenas pessoas que moram no Estados Unidos e Canadá. A nova regra começou a valer em 2023, assim a partir daí, apenas pessoas moradoras desses dois países podem ser certificadas.

Não ter a certificação fornecida pelo BACB não implica que o profissional não sabe trabalhar com ABA, ou é desqualificado. Excelentes profissionais sem certificação trabalham no Brasil se adaptando a realidade brasileira, o que muitas vezes é um grande desafio. Pessoas inclusive com mestrado e doutorado em Análise do Comportamento. Ter alguma certificação seria apenas uma garantia a mais de que o profissional se preparou para trabalhar com ABA, e foi supervisionado por um profissional mais experiente. No Brasil, ainda estamos engatinhando no processo de certificação e hoje a profissão não é regulamentada, o que dificulta a qualidade dos serviços em ABA no país. Algumas instituições têm feitos movimentos no sentido de regulamentar a profissão, mas infelizmente essa ainda não é a realidade brasileira. Se está buscando um profissional da área, avalie o currículo e a experiência, cuidado com profissionais sem qualificação.

Publicado em 14.11.19 e revisado em 03.04.24

Luiza Guimarães
Luiza Guimarães

Especialista em Terapia ABA
Doutora em Psicologia - BCBA
Fundadora da @tatear.aba