Inúmeras vezes me perguntaram “o que causa o autismo?”, infelizmente, essa pergunta ainda não foi respondida pela ciência de forma exata. Normalmente, respondo que o componente genético é o mais importante 90% de influência), mas também são estudados outros marcadores ambientais como poluição, pesticidas, contaminação, infecções na gravidez, idade avançada do pai, etc.
Em busca da resposta a essa pergunta, muitos pais realizam exames genéticos nos filhos, no entanto, nem todos sabem que apenas 25% dos indivíduos vão apresentar identificação de genes marcadores nesses exames. Isso não significa que não exista o componente genético envolvido na causa, e sim que apenas alguns genes foram identificados como causadores do autismo. Essa informação destaca a complexidade genética do autismo e a variedade de fatores que podem contribuir para o transtorno, mostrando que a identificação de genes específicos associados ao autismo é um desafio e que a genética do autismo é multifacetada. Ainda existe muito a ser estudado e descoberto nessa área.
O diagnóstico para o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) ocorre apenas de forma clínica, ou seja, não existe nenhum exame físico que comprove que a pessoa tem autismo. Assim, o diagnóstico acaba sendo desafiador para médicos que muitas vezes veem a criança e adulto TEA de forma breve, e precisa confiar nas informações dadas por pais e pessoas do espectro. O médico que é especializado em diagnósticos esse tipo transtorno é o neuropediatra, neurologista e psiquiatras. A maioria dos pediatras, por exemplo, não tem treinamento suficiente para identificar padrões comportamentais de crianças com autismo, já que o foco do atendimento está na saúde física dos seus pacientes, por isso o TEA, muitas vezes, passa despercebido.
O nome espectro autista busca dar conta de uma variedade de crianças e pessoas diferentes, mas que estariam dentro do diagnóstico de autismo. Essa variedade vai desde indivíduos não verbais e com comorbidades como deficiência intelectual, até aqueles indivíduos de alto funcionamento com habilidades acima do normal em matemática, por exemplo. Não existe nenhum TEA igual a outro, por isso, o diagnóstico precisa acaba sendo difícil em grande parte dos casos. Muitas pessoas acabam recebendo o diagnóstico apenas na fase adulta, por exemplo.
Publicado em 03.04.2016 e revisado em 03.04.2024